11 de mar. de 2010

Rifa da Área da FASE

Moradores protestam contra venda do terreno da Fase na Capital

11.03.10

Pelo menos 300 pessoas realizam um protesto na manhã desta quinta-feira, 11, em Porto Alegre. São famílias que não aceitam a venda do terreno da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (FASE), ex-FEBEM, na avenida Padre Cacique. A caminhada começou em frente ao Mercado Público e se estende até o auditório Dante Barone, na Assembleia Legislativa. No local acontece uma audiência pública para discutir o projeto de lei da governadora Yeda Crusius que pede autorização para vender o local. A FASE atende menores infratores.

Os manifestantes são moradores da Vila Gaúcha, Vila Figueira, Vila Santa Rita, Vila Ecológica e União Santa Tereza, comunidades que habitam o local e, portanto, serão retiradas caso o terreno seja vendido. Cerca de 4 mil famílias moram nas vilas. A área tem 74 hectares, fica em uma zona nobre da Capital e bem próxima ao estádio Beira-Rio.

Agentes da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e do 9º Batalhão da Polícia Militar fazem a segurança das pessoas e bloqueiam o trânsito. O protesto causa transtornos no centro da Capital, principalmente na avenida Salgado Filho.

Projeto visa especulação imobiliária

Os moradores denunciam que o real motivo do governo querer vender o terreno é por especulação imobiliária. A área é grande e fica em uma zona nobre e que receberá pesados investimentos para a Copa do Mundo de 2014, portanto bastante visada por empreiteiras e construtoras. Além disso, o PL da governadora não é claro sobre como será feita a descentralização da Fase e nem sobre o paradeiro dos jovens que são abrigados pela fundação.

A mudança deles para um local muito mais longe impossibilitaria o contato com os parentes, afetando o processo sócio-educativo. O projeto do governo nem sequer aborda a situação dos moradores e o que será feito caso o terreno seja vendido. Quatro mil famílias moram no local, muitas desde a década de 30. Os moradores reivindicam que o governo continue com o projeto de revitalização da Fase, que está parado por falta de investimento da governadora. Também exigem um plano de habitação para local.


Fonte: R7
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