18 de abr. de 2010

Cientistas identificam gene responsável por calvície masculina


Pesquisadores identificaram um novo gene relacionado ao crescimento dos cabelos, uma descoberta que poderá abrir o caminho para futuros tratamentos da calvície masculina e outras formas de queda de cabelo, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira (14) na revista "Nature".

A equipe, liderada por Angela Christiano (Universidade de Columbia, EUA), identificou um gene chamado APCDD1, que causa uma forma rara de queda de cabelos, a hipotricose simples hereditária.

Essa doença é provocada pela miniaturização do folículo piloso, estrutura da pele que produz pelos. Isso faz com que os cabelos cresçam cada vez mais finos.

"A identificação deste gene presente na hipotricose simples nos dá uma melhor visibilidade do processo de miniaturização do folículo piloso, que é observado na queda regular de cabelos no homem", afirmou Angela Christiano.

No entanto, "é importante notar que o gene descoberto para a hipotricose simples não explica a complexidade da calvície masculina", completou.

Famílias

A identificação do gene APCDD1 foi feita graças à análise dos dados genéticos de algumas famílias paquistanesas e italianas que têm o gene que provoca a hipotricose simples hereditária.

Os pesquisadores descobriram uma mutação do gene APCDD1, situado em uma região do cromossomo 18, já relacionado por estudos anteriores em outras formas de queda de cabelo.

Os pesquisadores mostraram que o gene APCDD1 inibe a via de sinalização celular, denominada Wnt, cujo papel no controle do crescimento piloso foi demonstrado em ratos.

"A descoberta sugere, pela primeira vez no homem, que a manipulação da via Wnt poderia ter um efeito sobre o crescimento do folículo piloso", declarou Angela Christiano.


Fonte: Folha On Line – 14.04.10
Cientistas descobrem gel que enche a barriga e combate obesidade


Pesquisadores de em Birmingham, no interior da Inglaterra, conseguiram desenvolver um alimento que enche a barriga, mas não engorda. É um líquido que, ao entrar em contato com o ácido estomacal, se transforma instantaneamente gel. E enquanto esse gel não é absorvido pelo organismo, a pessoa não sente fome.

O produto, que ainda precisa passar por muitos testes antes de entrar no mercado, pode ser eficiente para quem sofre de obesidade – uma condição, que todo mundo sabe, pode levar a uma série de outros problemas de saúde.

O gel preenche o estômago, como se fosse alimento, e a pessoa se sente satisfeita até o gel se dissolver, o que leva entre seis e oito horas. Isso evita a fome nos intervalos entre as refeições principais – café da manhã, almoço e jantar – acabando com os lanchinhos fora de hora.

O chefe da equipe responsável pela pesquisa explica que o líquido que vira gel foi feito com produtos extraídos de cereais, verduras e frutas, tudo natural. O produto não só enche o estômago, mas alimenta.

“Isso vai revolucionar os tratamentos contra obesidade, e certamente acabar com a necessidade de intervenções cirúrgicas”, afirma uma nutricionista que trabalha para o sistema nacional de saúde da Grã-Bretanha.

O gel deverá ser comercializado dentro três anos, mas não em estado puro. A ideia é que ele seja misturado ao leite, iogurtes e até refrigerantes – além de saudável, ele precisa ser saboroso.


Fonte: G1 – 26.03.10
Cientistas descobrem como envelhecer e matar células do câncer


Em vez de matar células cancerígenas com drogas tóxicas, os cientistas descobriram um caminho molecular que as força a envelhecer e morrer, informaram nesta quarta-feira, 17.

Arquivo/AENova droga já se encontra na primeira fase de experimento clínico em humanos
As células cancerígenas se espalham e crescem porque podem dividir-se indefinidamente. Mas um estudo em ratos mostrou que o bloqueio de um gene causador do câncer chamado Skp2 forçou células cancerígenas a passar por um processo de envelhecimento conhecido como senescência, o mesmo processo envolvido na ação de livrar o corpo de células danificadas pela luz solar.

Se você bloqueia o Skp2 em células cancerígenas, este processo é desencadeado, relatou Pier Paolo Pandolfi da Harvard Medical School, em Boston, e colegas na revista Nature.

E a droga experimental contra o câncer MLN4924, da Takeda Pharmaceutical Co's --já na primeira fase de experimento clínico em humanos-- parece ter o poder de fazer exatamente isso, disse Pandolfi em uma entrevista por telefone.

A descoberta pode significar uma nova estratégia para o combate ao câncer. "O que descobrimos é que se você danifica células, as células têm um mecanismo de adensamento para se colocar fora de ação", disse Pandolfi. "Elas são impedidas irreversivelmente de crescer."

A equipe usou para o estudo ratos geneticamente modificados que desenvolveram uma forma de câncer de próstata. Em alguns deles, os cientistas tornaram inativo o gene Skp2. Quando o rato atingiu seis meses de vida, eles descobriram que os portadores de um gene Skp2 inativo não desenvolveram tumores, ao contrário dos outros ratos da pesquisa.

Quando eles analisaram os tecidos de nódulos linfáticos e da próstata, descobriram que muitas células tinham começado a envelhecer, e também encontraram uma lentidão na divisão de células.

Este não era o caso em ratos com a função normal do Skp2. Eles obtiveram efeito semelhante quando usaram a droga MLN4924 no bloqueio do Skp2 em culturas de laboratório de células de câncer da próstata.

Fonte: Estadão – 18.03.10
Cientistas da África do Sul anunciam descoberta de novo ancestral do homem


Os fósseis de uma fêmea com cerca de 30 anos de idade e um garoto com cerca de 13 que morreram ao cair em um fosso de 50 metros, possivelmente no meio de uma tempestade, revelam um novo ancestral da espécie humana. Batizada de Australopithecus sediba, trata-se de uma espécie de hominídeo que revela dados inéditos de um período da história até hoje carente de vestígios fósseis. Os achados ocorreram no sítio de Malapa, na África do Sul, uma região rica em cavernas que é revirada pela ciência desde 1935.

Crânio do primeiro indivíduo localizado, o U.W. 88-50 (MH 1), no sítio de Malapa, África do Sul (Foto: Brett Eloff, cortesia de Lee Berger e da Universidade de Witwatersrand)
Os cientistas Lee Berger e Paul Dirks, ambos da Universidade Witwatersrand, em Johannesburgo, descobriram os primeiros esqueletos em agosto de 2008. Contaram com sorte de criança: Matthew, filho de Berger com apenas 9 anos à época, foi o primeiro a achar um pedaço (a clavícula) do antepassado humano. Berger, que fez pós-doutorado só para estudar clavículas, percebeu na hora que estava diante de uma grande descoberta para a paleoantropologia.

Tanto a fêmea quanto o adolescente têm cerca de 1,30 metro. Com os ossos da dupla, os cerca de 60 cientistas envolvidos na escavação localizaram uma grande quantidade de fósseis de animais em um estado de conservação inédito: roedores, coelhos, um antílope e até um felino dente-de-sabre.

Crânio do 'Australopithecus sediba' (crédito: Brett Eloff, cortesia de Lee Berger e da Universidade de Witwatersrand)
Os australopitecos – do latim australis, “do sul”, e do grego pithekos, “macaco”) formam um gênero de diversos hominídeos extintos, bastante próximos aos do gênero Homo. O Australopithecus africanus, datado em 2,5 milhões a 2,9 milhões de anos, tem sido considerado o ancestral direto do gênero Homo (das espécies Homo habilis, Homo rudolfensis e Homo erectus, nessa ordem). Agora, o Au. sediba (sediba significa "fonte"), datado em 1,78 milhão a 1,95 milhão de anos, se candidata a ocupar esse posto.

A região conhecida como Berço da Humanidade, na África do Sul, onde fica o sítio fossilífero de Malapa (Foto: cortesia de Paul Dirks)
Em teleconferência na quarta-feira (7), Berger contou que haverá um concurso na África do Sul para que estudantes escolham o nome do "ancestral adolescente". "Será parte de uma campanha de educação científica."

Ele também revelou que o grupo encontrou pelo menos outros dois indivíduos no mesmo sítio. Como as escavações ainda estão sendo realizadas, Berger não quis dar mais detalhes.

Os artigos "Australopithecus sediba: a New Species of Homo-like Australopith from South Africa" e "Geological Setting and Age of Australopithecus sediba from Southern Africa" serão publicados na edição de sexta-feira (9) da revista “Science”.

Esquema publicado no artigo que sai na revista 'Science' desta semana explica como a dupla perdeu a vida (crédito: reprodução Science)


Fonte: G1 – 08.04.10
Cientistas criam embrião com material genético de um homem e duas mulheres


Cientistas criam embrião com material genético de um homem e duas mulheres Novo método poderia corrigir defeito no material genético mitocondrial.

Cientistas britânicos afirmam terem criado, com sucesso, embriões humanos usando material genético de um homem e duas mulheres, segundo um estudo publicado na edição desta semana da revista científica Nature.

A pesquisa, da universidade de Newcastle, pretendia prevenir que o material genético danificado presente na mitocôndria - parte da célula responsável pela respiração e alimentação - não fosse transmitido de mãe para filhos.

Mulheres com problemas nas mitocôndrias têm mais probabilidade de produzirem crianças com problemas do que mulheres saudáveis.

Os pesquisadores usaram óvulos fertilizados que sobraram de tratamentos de inseminação artificial.

Eles retiraram do óvulo fertilizado o núcleo do sêmen do pai e o óvulo da mãe - que contêm o DNA dos genitores - e deixaram a mitocôndria "defeituosa".

Os dois núcleos foram colocados em um novo óvulo que teve o núcleo retirado, mas que reteve a mitocôndria saudável.

O novo embrião, portanto, continha os genes do pai e da mãe e uma pequena quantidade de DNA mitocondrial do óvulo doador.


"Bateria"

Para explicar a pesquisa, o principal autor do estudo, o professor Doug Turnbull, compara a experiência com um computador portátil.

"O que fizemos foi trocar a bateria do laptop", disse o pesquisador Doug Turnbull, principal autor do estudo.


"A fonte de energia agora funciona de maneira correta, mas nenhuma informação do disco rígido foi modificada", afirmou.

Segundo ele, uma criança nascida com esse método teria uma mitocôndria saudável mas em todos os outros aspectos, carregaria a informação genética dos pais.

De acordo com o estudo, o DNA da mulher doadora contribuiria com poucos genes, comparados com os cerca de 23 mil herdados do pai ou da mãe.
Mas, apesar de as mudanças genéticas provocadas pelo métodos serem pequenas, essas alterações seriam permanentes, e transmitidas através das gerações.


Doenças

"Toda a informação que faz de uma pessoa, uma pessoa ou de um bebê, um bebê estará lá. Tudo o que fizemos foi corrigir este problema do sistema de alimentação", disse ele.

Estimativas indicam que cerca de 200 crianças nascem todos os anos na Grã-Bretanha com problemas no DNA mitocondrial. Em muitos casos, esse problema causa apenas uma doença leve, algumas vezes até sem sintomas.

Mas cerca de 6,5 mil crianças nascem com doença mitocondrial, que pode causar condições sérias e até mesmo fatais, como fraqueza muscular, cegueira e problemas cardíacos.

Segundo os pesquisadores, a técnica pode ser usada em três anos para impedir que mães com falhas genéticas transmitam a deficiência para seus filhos.

Sharon Bernardi, de 44 anos, herdou uma doença mitocondrial da mãe. Sua condição causou a morte de seis de seus filhos, todos com poucos dias de vida.

O único filho que sobreviveu, Edward, de 20 anos, sofre de uma doença mitocondrial grave e precisa de cuidados constantes.

"Foi devastador perder minhas crianças, e isso aconteceu mais de uma vez. Eu me sinto sortuda por ter o Edward, mas ele tem sérios problemas de saúde como resultado do DNA danificado", disse.

"(O novo método) viria tarde demais para mim, mas seria excelente se os cientistas pudessem prevenir isso no futuro para que outros não precisem passar pelo que eu passei", disse ela.


Questão ética

O especialista em ética e ex-diretor do Projeto de Sociedade, Religião e Tecnologia da Igreja da Escócia Donald Bruce disse que a pesquisa levanta questões éticas importantes assim como riscos em potencial.

"Se os resultados da equipe de Newcastle forem aplicados clinicamente, eles precisam ser aplicados sob controles rígidos e apenas em casos de doenças sérias", disse.

Segundo ele, entre questões éticas estariam uma criança ter "duas mães", além da realização de mudanças genéticas em crianças ainda não nascidas.

A equipe de cientistas responsável pelo estudo planeja novas pesquisas para avaliar a segurança e a eficácia do procedimento.

Fonte: G1 – 14.04.10
Cientistas conseguem recriar o Big Bang


Os cientistas do Centro Europeu para a Pesquisa Nuclear (Cern) conseguiram nesta terça-feira, pela primeira vez na história, recriar o Big Bang. Os responsáveis pelo maior colisor de partículas do mundo (o LHC) informaram que o aparelho desencadeou choques de prótons geradores de uma energia recorde, com o objetivo de recriar condições similares à da grande explosão que teria dado origem ao universo.

O experimento consiste em colidir partículas no nível mais alto de energia já tentado. Dessa forma, é possível recriar as condições em que o Big Bang teria se dado, há 13,7 bilhões de anos. Os cientistas aceleraram os prótons a 7 tera eletron volts (Tev) - o equivalente a 7 trilhões de eletronvolts. Isso significa que os prótons correm a 99,99% da velocidade da luz (cerca de 300.000 quilômetros por segundo), ou 11.000 voltas por segundo no megatúnel de 27 quilômetros do Grande Colisor de Hádrons (LHC).

Os aplausos foram intensos nas salas de controle quando os detectores do LHC, um túnel circular instalado na fronteira entre França e Suíça, marcaram o choque de partículas subatômicas. "Isto é física em ação. O início de uma nova era", disse Paola Catapano, cientista e porta-voz do Cern, de Genebra, ao anunciar o experimento.

O LHC começou a circular partículas em novembro passado, depois de ser fechado em setembro de 2008 por causa de superaquecimento. Vários cientistas pelo mundo acompanham os trabalhos. O LHC foi lançado com pompas em 10 de setembro de 2008, mas apresentou problemas nove dias depois. Os reparos e as melhorias custaram 40 milhões de dólares, até que o aparelho voltou a operar no fim de novembro.

O sucesso desta terça foi obtido após de duas tentativas frustradas durante a madrugada. Segundo os cientistas, o experimento abre portas para uma nova fase da física moderna, ajudando a responder muitas perguntas sobre a origem do universo e da matéria. Explosões como essa criam "Big Bangs em miniatura" e produzem dados que a ciência analisará durante os próximos anos.

Agora, os cientistas pretendem operar continuamente o LHC durante os próximos 18 ou 24 meses, com um curta pausa técnica no final de 2010. O Cern espera encontrar evidências concretas da matéria escura, que os cientistas acreditam que compõe 25% do universo mas cuja existência nunca foi comprovada. "Se conseguirmos detectar e entender a matéria escura, nosso conhecimento vai se ampliar para abranger 30% do Universo, o que seria um avanço enorme", disse Rolf Dieter Heuer, diretor geral do Cern.

Astrônomos e físicos acreditam que apenas 5% do Universo é conhecido hoje e que o restante invisível consiste de matéria escura e energia escura, que compõem respectivamente 25% e 70% do Universo. A energia extra obtida no LHC europeu deve revelar dados sobre algumas questões ainda não respondidas na Física de partículas, como a existência da antimatéria e a busca pelos bósons de Higgs, uma partícula hipotética que, segundo cientistas, daria massa a outras partículas e, com isso, para outros objetos e criaturas no universo.

As colisões chegaram a causarar temor em algumas pessoas, que temiam riscos para o planeta por causa da criação de pequenos buracos negros - versões subatômicas de estrelas que entram em colapso gravitacional -, cuja gravidade é tão forte que eles podem sugar planetas e outras estrelas. O Cern e muitos cientistas rechaçam qualquer ameaça à Terra ou às pessoas, afirmando que esses buracos negros seriam tão fracos que se desfariam quase logo após serem criados, sem causar problemas.

Fonte: Veja.com – 30.03.10
Células raras do câncer aparecem em nova técnica

06.04.10

Um microchip que captura e armazena imagens de células raras do câncer em circulação na corrente sanguínea pode oferecer uma forma de monitorar pacientes após cirurgias e no futuro talvez venha a orientar os tratamentos, disseram pesquisadores dos EUA em um estudo publicado na quarta-feira.

As células tumorais circulantes (CTCs) se separam do tumor como sementes e podem se transformar em novos cânceres. A presença de CTCs no sangue pode indicar aos médicos que um câncer tende a se espalhar pelo corpo, segundo artigo publicado na revista "Science Translational Medicine".

As CTCs também podem ajudar os médicos a avaliarem rapidamente se um paciente está respondendo bem à quimioterapia ou outros tratamentos, segundo o artigo.

- Estamos muito interessados nessas células, porque acreditamos que sejam elas que vão nos dar mais informações sobre a biologia do câncer, e também pistas sobre como o câncer desenvolve metástases - disse por telefone Shannon Stott, principal autora do estudo, do Hospital Geral de Massachusetts e da Escola Médica de Harvard, em Boston.

Com a ajuda de uma substância que funciona como uma "cola" biológica, o microchip captura apenas as células que os pesquisadores querem examinar, disse Stott. No caso, foi o antígeno específico da próstata, que sinaliza a presença de câncer de próstata. O dispositivo é acoplado a um microscópio que faz pelo menos 6.000 imagens das células, explicou Stott.

- Não há pré-processamento. Você simplesmente tira o sangue e o coloca no dispositivo - afirmou ela.

A esperança é de que a técnica permita que os médicos saibam mais sobre os tumores sem terem de cortar os pacientes, acrescentou a cientista.

- Você pode simplesmente fazer esse exame de sangue, então é como uma biopsia sanguínea para entender as propriedades biológicas do tumor.

No estudo, Stott e seus colegas recolheram e, pela primeira vez, contaram as CTCs de 55 pacientes com câncer. A equipe monitorou as células antes e depois de cirurgias.

- Pode-se ver não só o número absoluto de CTCs, mas também se elas têm ou não essa capacidade de se proliferar e se dividir - afirmou.

A equipe concluiu que, em alguns pacientes, as CTCs desapareciam rapidamente depois da cirurgia, enquanto em outros elas persistiam durante meses.

Os pesquisadores ainda não sabem se a persistência ou desaparição das células tem ligação com a recorrência do câncer, disse Stott, salientando que ainda se trata de um estudo-piloto que será ampliado.


Fonte: Globo.com
AVC em mulheres jovens avança no País

31.03.10

AVC em mulheres jovens avança no País Em um ano, casos em menores de 50 anos subiram 5,6%.

As pesquisas científicas – nacionais e internacionais – já mostraram evidências concretas de que o sedentarismo, alimentação inadequada, obesidade, uso de drogas e estresse tornaram o acidente vascular cerebral (AVC) uma ameaça mais precoce, que não pode ser mais associada só aos pacientes que passaram dos 60 anos.

Levantamento feito pelo Delas no portal Datasus – banco de dados eletrônico abastecido por todos os hospitais do País (públicos e privados ) – mostra que nos últimos dois anos, 3.712 mulheres com menos de 50 anos foram vítimas de AVC no País (popularmente chamado de derrame). Entre um ano e outro, o aumento de casos foi de 5,6% (de 1.802 para 1.910).

Para a médica Matilde Spósito – que trabalha no hospital paulista Lucy Montoro na área de recuperação dos sobreviventes do AVC – é um erro achar que as seqüelas do problema são mais amenas em pessoas mais jovens. “Não depende da idade do paciente e sim do dano causado pela lesão. Por vezes, a parte comprometida do cérebro é muito grande e os efeitos são bem nocivos”, afirma a especialista, que utiliza a toxina botulínica (botox) para amenizar os efeitos como paralisia facial de alguns doentes.

Foi o caso da bióloga Luciana Scotti, hoje com 40 anos, vítima da doença aos 20 de idade. Ao acordar do AVC, ela teve todo o corpo paralisado. Perdeu a fala, não anda mais e também não mexe os braços. Com o movimento de um só dedo, hoje ela trabalha na Universidade de São Paulo e divide sua experiência por meio da escrita. O primeiro livro “Sem asas ao amanhecer” levantou a importância de informações sobre o acidente vascular cerebral em mulheres jovens, em especial as fumantes.

Fatores internos e externos

No livro, Luciana diz que o indício mais concreto de causa do seu AVC foi o uso combinado de anticoncepcional e cigarro. Os médicos confirmam que a dupla é um dos fatores de risco do acidente vascular nas mulheres mais novas, em especial se elas sofrem de enxaqueca com aura (dores de cabeça, formigamento de braços, visão embaçada e até cegueira). Na lista de causas do AVC precoce, além do fumo em parceria com a pílula, figuram o uso de drogas (cocaína, heroína e crack), o sedentarismo, a hipertensão e a obesidade.

Ainda que os “males da modernidade” preocupem os neurologistas, não são os fatores externos os únicos responsáveis pelo AVC. Antes dos 45 anos, o neurologista Maurício Friedrich – um dos autores da mais completa pesquisa sobre o AVC no País – diz que as doenças cardíacas são grandes desencadeadores do problema. “Muitas vezes só descobertas, depois que a pessoa sofre um acidente vascular cerebral”, afirma o médico.

Sem motivo aparente

Myrna, 35 anos, entrou para a estatística do AVC aos 34 anos e o que motivou o acidente não foi nenhum dos fatores externos. Magra, alimentação saudável, pressão baixa são suas características. “Fiquei durante nove horas no pronto-socorro de um hospital tomando Dramin (remédio para enjôo). Só suspeitaram de algo mais grave no final da noite. Com certeza se eu fosse uma idosa teriam identificado a causa mais cedo”. Foram 35 dias de internação. Myrna não ficou com nenhuma sequela do AVC, mas não quis se identificar nesta reportagem por medo das repercussões negativas que o AVC pode trazer em seu emprego e meio social.

O neurologista infantil do Hospital Darcy Vargas, Paulo Breinis, afirma a falta de motivo aparente para o AVC é recorrente, especialmente nos casos mais precoces. “Em 30% dos pacientes com menos de 18 anos não conseguimos identificar uma causa para o acidente vascular cerebral”, afirma o médico.

Cuidado com a saúde

Ainda que nem todas as causas sejam claras, a constatação de que a doença pode aparecer cedo reforça que o hábito de medir a pressão e fazer exames cardiovasculares de forma periódica não deve ficar “só para mais tarde”, afirma o neurologista Maurício Friedrich.

“Temos clareza de que o AVC é uma causa de incapacidade em pessoas jovens. Pode acontecer no grupo etário menor de 45 anos e merece toda a atenção”, afirma ele que analisou o prontuário de 682 pessoas internadas com AVC hospitais de Salvador e Porto Alegre.

No estudo ficou constatado que 7,5% sofreram o problema antes de completar o 50º aniversário. Dois em cada dez destes pacientes mais jovens foram vítimas da arteriosclerose, a placa de gordura que entope as veias, causada em especial por colesterol, hipertensão e fumo. Há 20 anos, só 5% dos casos no grupo com menos idade tinham como esta a causa principal do AVC, um termômetro de que os hábitos não saudáveis avançaram 15 pontos porcentuais nas estatísticas.

Fonte: IG
Análise de dados do colisor de partículas do Big Bang deve levar anos

30.03.10

Os dados recorde obtidos por intermédio do maior colisor de partículas do mundo (LHC, na sigla em inglês), chegaram à marca desejada pelos cientistas do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern, na sigla em francês), de Genebra, responsável pelo equipamento. Com eles, será possível descobrir a origem do Universo, a partir da formação de estrelas e planetas, de acordo com os cientistas.

Entretanto, os dados obtidos nesta terça-feira (30) devem levar anos para serem analisados por milhares de cientistas do mundo que estiverem interligados a uma rede de computadores conhecida como Grid, a fim de compartilhar conhecimento e descobertas sobre a natureza da matéria e as origens das estrelas e planetas.

"Isto é um passo no desconhecido. Estamos indo para algum lugar onde ninguém esteve antes. Nós esperamos encontrar coisas realmente novas", disse Sergio Bertolucci, diretor de pesquisa do Cern.

Denis Balibouse/Reuters

Cientistas observam gráficos sobre as primeiras colisões bem sucedidas de energia total no Grande Colisor de Hádrons(LHC)

Ele afirma também que "há incógnitas conhecidas lá fora, como a matéria escura e novas dimensões sobre as quais esperamos aprender. Mas é possível que encontremos algumas incógnitas desconhecidas, que podem ser extremamente importantes para a humanidade. Com o LHC, temos a ferramenta que precisamos [para isso]."

As colisões ocorreram em uma nanofração de segundo mais lenta do que a velocidade da luz no túnel do LHC, cujo comprimento é 27 km, que se localiza a 100 m de profundidade no solo. Seu custo total é estimado em US$ 100 bilhões.

Hoje, os cientistas conseguiram obter choques de prótons geradores de uma energia recorde de 7 TeV (tera ou trilhões de eletron volts), a energia máxima almejada pelo laboratório.

Os cientistas do Cern esperam que o projeto solucione alguns dos mistérios do Espaço --como, por exemplo, a matéria foi convertida em massa após a explosão do Big Bang, e o que é a matéria escura, que compõe aproximadamente 25% do Universo.

"Durante 2010 e 2011, vamos compilar os dados, e esperamos fazer descobertas reais", disse Oliver Buchmueller, uma das figuras centrais do experimento, à agência Reuters. "Até o final de 2010, achamos que vamos encontrar evidências da matéria escura, e a confirmação de que ela está ali e o que é."

"Alinhar os feixes já é um grande desafio; é como disparar agulhas dos dois lados do Atlântico e esperar que elas colidam de frente no meio do caminho", disse Steve Myers, diretor de aceleradores e tecnologia do Cern.

Os físicos estão se concentrando na identificação do bóson de Higgs --a partícula que recebeu o nome do professor escocês Peter Higgs, que três décadas sugeriu que algo como ela torna possível a conversão da matéria criada no Big Bang em massa.

Tentativas anteriores de encontrar a partícula fracassaram. Segundo os físicos, a presença dela no cosmos permitiu que os escombros gasosos após o Big Bang se transformassem em galáxias, com estrelas e planetas como a Terra.

Fonte: Folha On Line
A Antecedência da Morte

Apesar dos esforços de muitos cientistas, a morte não é algo que o ser humano possa impedir. É, sim, algo natural que acontece a todos os seres vivos. A Tanalogia é uma disciplina que surgiu para estudar este fenómeno, os processos inerentes a este e aquilo que provoca no Homem. Os velhos são, naturalmente, o grupo etário que se encontra mais próximo da morte, pois estes estão conscientes de que tal lhes pode acontecer a qualquer momento e porque se dão conta da morte de muitas pessoas que lhes eram próximas. Actualmente, a morte cerebral, segundo vários profissionais, define-se através de nove características: ausência de reflexos motores, de movimentos espontâneos e de resposta a estímulos, de movimentos nos olhos, de pestanejar e de reflexo pupilar, ausência de actividade postural, deglutição e bocejo, de vocalização, insensibilidade a estímulos dolorosos, ausência de respiração durante, pelo menos, uma hora, electroencefalograma sem traçado durante, pelo menos 15 minutos e, por fim, a persistência de todos estes critérios durante 24 horas.

Quando a pessoa sabe que sofre de uma doença incurável, passa por cinco fases, segundo KUBLER-ROSS: a recusa (invocação de erro de diagnóstico, mudança de médico, apelo à religião), a cólera (sentimento de frustração e injustiça, comportamentos negativos), a negociação (apelo a Deus ou outra força superior, perda de lucidez), a depressão e a aceitação (afastamento do mundo e estado de paz interior). Outro investigador sugere que existem apenas três fases: a fase da crise aguda (ansiedade, stress), a fase crónica de sentimentos ambivalentes (angústia, tristeza, impaciência) e, por último a fase terminal (aceitação e afastamento).

Segundo PINCUS (1976) existem três fases de luto: a fase inicial, que corresponde às semanas que se seguem à morte e caracteriza-se por estados de confusão, solidão, tristeza, incredulidade, choro, estado depressivo ou semidepressivo. Pode, também, existir negação, e a pessoa pode comportar-se como se o outro ainda estivesse vivo, o que pode levar à perda de lucidez ou comportamentos suicidas; a fase intermédia que se caracteriza por sentimentos deculpabilidade e responsabilidade (ainda mais acentuados se tiver ocorrido o suicídio), tentativa de descobrir a razão pela qual a pessoa morreu e a procura da pessoa; a fase de ultrapassagem surge se a pessoa tiver ultrapassado os sentimentos da segunda fase, o que muitas vezes acontece com a ajuda do acompanhamento na morte, que pode ser de natureza psicoterapêutica ou pode ser um trabalho de aconselhamento e apoio por parte dos amigos, familiares ou outras instituições. Se estes sentimentos não desaparecerem ao fim de dois/três anos o indivíduo pode desenvolver um quadro de luto patológico cujo principal sintoma é a culpabilidade desmedida e obsessiva. Aparecem, também, perturbações do apetite, sono e do juízo crítico e a auto-estima diminui, havendo tendência para a solidão.